Muda alguma coisa dizer que não quero mais, quando não é verdade?
Sou feita de sentimentos fortes e vontades fracas; sonhos construídos e realidades imaginadas – por essa razão, continuo a bater com a cabeça tantas vezes e o sentimento é o mesmo.
Gostava que o meu caminho fosse sempre uma completa estrada de alcatrão. Ainda que por vezes tivesse as suas pequenas e recuperáveis falhas, eu saberia que a maioria do seu caminho é liso, é limpo… pleno. Em vez disso começa por ser uma estrada de paralelos, cheia de solavancos e falhas. Tropeço tantas vezes nela, que penso e repenso onde errei – que passo a mais; que passo a menos. Deveria ter ido mais devagar? Ou então não deveria ter esperado tanto?
Quando caminho sobre esta estrada, as paisagens são simples passagens de memórias e quando tropeço, essas memórias são substituídas pela realidade que me envolve. Caída no chão, recupero da queda e continuo a caminhar, voltando as memórias a invadir todo o meu caminho.
E depois de todas as quedas, a estrada de paralelos vai se tornar numa estrada de alcatrão. O caminho duro vai embelezar e saberei que valeu a pena.
Afinal de contas, um caminho é sempre um caminho e nunca sabemos o que esperar no fim. Talvez por isso é que sou constituída de vontades contraditórias, deixando sempre o sentimento mais forte, o mais verdadeiro e o melhor, me governar.